terça-feira, 29 de julho de 2025
sexta-feira, 25 de julho de 2025
🇺🇸 O “Tarifaço” de Trump e o Brasil: pano de fundo político e econômico.
🇺🇸 O “Tarifaço” de Trump e o Brasil: pano de fundo político e econômico
1. Contexto político: Bolsonaro, Lula e a retaliação americana
Em janeiro de 2025, Donald Trump retornou à presidência dos EUA, impondo uma postura protecionista e irredutível. Ele vincula diretamente a imposição de tarifas a services de acusações contra Jair Bolsonaro, ex-presidente aliado, atualmente sob julgamento por tentativa de golpe. Em carta a Lula, Trump classificou o processo como “witch hunt” e justificou os aumentos tarifários com base nisso (Al Jazeera, Reuters).
As tensões diplomáticas escalaram com vetos de visto a juízes brasileiros por Marco Rubio e declarações de Lula chamando a medida de chantagem “inaceitável” (Wikipédia).
2. Cronologia das tarifas
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12 de março de 2025: Trump anuncia tarifa de 25% sobre aço e alumínio brasileiros, válida a partir do dia 12 (Brasil de Fato).
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2 de abril de 2025: surge um documento oficial indicando que o governo norte‑americano avalia tarifas contra diversos setores brasileiros (automotivo, química, eletrônico, etanol etc.) (Folha de S.Paulo).
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5 de abril: aplicação de tarifa linear de 10% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil, segundo o governo brasileiro (Agência Brasil).
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1º de agosto de 2025: prevista entrada em vigor da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, anunciada em 9 de julho (Wikipédia).
3. Impactos econômicos: setores afetados e projeções
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Siderurgia e alumínio: ArcelorMittal Brasil apontou queda de 5–7% nos preços dos produtos exportados aos EUA após a tarifa de 25%, sendo os EUA destino chave (44% das exportações da empresa) (Folha de S.Paulo). A siderurgia emprega cerca de 121 mil trabalhadores (~2% do PIB nacional), com perspectiva de queda de demanda e desemprego regional (Brasil de Fato).
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Café e suco de laranja: o café brasileiro soma US$ 2 bi em exportações para os EUA em 2024, representando 30% do consumo americano; o suco, responsável por ~42% das importações dos EUA. Com tarifas de 50%, estima-se queda drástica nas vendas, contratos cancelados e elevação dos preços para consumidores americanos (Wikipédia).
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Agronegócio em geral: espera‑se forte retração para carne bovina (US$ 1,4 bi anuais), soja e laranja; FGVAgro estimou perda de até 75% nas exportações de alimentos e impacto negativo de até 0,4 p.p. no PIB em 2025 (Upi).
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Químicos e industria de resinas: exportações de US$ 2,4 bi em 2024 vêm enfrentando cancelamentos de contratos e dificuldades de financiamento desde o anúncio das tarifas (Reuters).
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Cenário macro: projeções indicam perda de US$ 12-17 bi por ano em exportações (3,6–5% do total), retração do PIB entre 0,3% e 0,8% em 2025, e queda na geração de até 100 000 empregos (Upi, Reuters).
4. Reação política e diplomática do Brasil
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O governo brasileiro formalizou recurso à OMC e lançou a Lei da Reciprocidade Comercial em julho para retaliar com tarifas equivalentes se os EUA aplicarem os 50% (Agência Brasil).
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Lula declarou que o Brasil não aceitará tutela e se mantém aberto à negociação — mas preparado para possível guerra comercial, convocando comitê interministerial liderado por Alckmin para preparar proposta negociación e ação do setor privado (Upi, euronews, Wikipédia, Reuters, apnews.com).
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Solidariedade internacional: países do BRICS, UE e China criticaram ajuízes, tratando as tarifas de coercitivas e contrárias às regras da OMC (Wikipédia).
5. Oscilações políticas e opinião pública
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A iniciativa de Trump acabou fortalecendo politicamente Lula, reunindo apoio até de setores conservadores e empresariais que veem as tarifas como ameaça à economia, e provocando desgaste para Bolsonaro, inclusive entre aliados antes simpáticos à medida (apnews.com).
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O fenômeno cultural conhecido como "vampetaço" nas redes sociais expressou o descontentamento popular com protestos e memes contra Trump e em defesa da soberania brasileira (Wikipedia).
📌 Considerações finais
O “tarifaço” de Trump transcende a lógica econômica tradicional e entra no campo da política internacional e da coerção diplomática.
Os reflexos econômicos são amplos: setores-chave como agroindústria, siderurgia, química e mineração enfrentam perdas reais de receita, cancelamento de contratos e risco de queda do PIB. Politicamente, a estratégia se volta contra Bolsonaro e reforça a imagem de Lula como líder nacionalista que defende a soberania do país, catalisando reação política interna e externa.
A grande incógnita é se haverá espaço para negociação antes do prazo de 1º de agosto de 2025. Caso contrário, medidas recíprocas previstas por meio da Lei da Reciprocidade poderão escalar o conflito econômico.
Fontes principais:
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Reuters – impactos e balanço econômico (Reuters, Reuters, Reuters, Reuters)
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Folha de S.Paulo – siderurgia e panorama tarifário (Folha de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Brasil de Fato, Upi)
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Agência Brasil e outros veículos – reações diplomáticas e ações legais (Wikipédia)
quarta-feira, 23 de julho de 2025
🌍 O panorama global da criptoeconomia (julho de 2025)
🌍 O panorama global da criptoeconomia (julho de 2025)
Tamanho e crescimento do mercado
O mercado global de criptomoedas ultrapassou os US$ 4 trilhões, impulsionado pela aprovação da GENIUS Act nos Estados Unidos, que criou um marco regulatório para stablecoins e desencadeou uma forte valorização, especialmente do Bitcoin e Ethereum (Business Insider). Segundo estimativas de maio de 2025, o valor total de mercado foi de US$ 3,46 trilhão, com o Bitcoin detendo cerca de 59,7% desse total (cryptoprosperity.org). Projeções indicam CAGR entre 9,7% e 13,1% até 2030, com estimativas de mercado entre US$ 6 trilhões e mais de US$ 11 trilhões (IMARC Group, cryptoprosperity.org, Ton Trade Bot).
Adoção institucional e produtos financeiros
Nos EUA, a aprovação de ETFs de Bitcoin e Ethereum tem legitimado os criptoativos como classe de ativos para fundos de pensão, seguradoras e fundos endowment. Grayscale transformou seu fundo Digital Large Cap em ETF, enquanto o mercado flertou com recordes perto de US$ 123 mil por BTC (Crypto.com, equityswarm.com, MarketWatch, The Economic Times). Esse movimento elevou a correlação de Bitcoin com índices tradicionais como Nasdaq e S&P 500, refletindo maior integração com o sistema financeiro tradicional (arXiv).
Hype e altcoins em alta
Estamos entrando em uma "altcoin season", com altcoins superando o Bitcoin em valorização nas últimas semanas. A dominância do BTC caiu cerca de 7%, com tokens como Solana, Uniswap, XRP e memecoins experimentando ganhos expressivos. Isso reflete um ciclo especulativo, conduzido por narrativa e risco elevado para investidores mais conservadores (Axios).
Estabilidade e regulação: a nova etapa das stablecoins
A GENIUS Act, assinada em 18 de julho de 2025, estabeleceu a primeira regulação federal dos EUA para stablecoins, exigindo lastreamento um-a-um com ativos de baixo risco e auditoria obrigatória (Wikipedia). Isso aumentou a confiança institucional e impulsionou o mercado, com projeções de stablecoins alcançando US$ 3,7 trilhões até 2030 (GlobeNewswire).
Em contraste, outros países seguem abordagens diferentes: a UE completou a aplicação do MiCA, criando um arcabouço regulatório harmonizado desde dezembro de 2024 (Wikipedia), enquanto o Reino Unido ainda está em fase de consulta, atrasando sua competitividade frente a jurisdições mais ágeis como Singapura ou Abu Dhabi (Financial Times).
📉 Volatilidade e notícias de hype relevantes
Bitcoin e altcoins recuam
Em 23 de julho de 2025, o Bitcoin caiu 0,5% para cerca de US$ 117.600, abaixo dos picos recentes, enquanto altcoins como XRP (−6,3 %), ETH (−1,3 %), Solana (−4,6 %) e Dogecoin (−7,4 %) sofreram quedas maiores. A tensão regulatória, especialmente em fundos não ligados ao Bitcoin/Ethereum, pesa no sentimento do mercado (Barron's). A expectativa por declarações do Fed também mantém os investidores cautelosos (The Economic Times).
Hype no Brasil e América Latina
Embora o link que você enviou seja voltado ao Google Trends Brasil, um exemplo real de hype na América Latina foi o caso do craze por uma memecoin chamada $LIBRA, promovida pelo então presidente da Argentina, Javier Milei. O ativo disparou e em seguida colapsou, gerando US$ 250 milhões em perdas e várias denúncias por fraude (Wikipedia). Isso ilustra bem os riscos vinculados a narrativas políticas e tokens emergentes.
Novos hubs regulatórios
Em Hong Kong, o regulador SFC lançou em fevereiro de 2025 o roadmap ASPIRe, com iniciativas para atrair empresas cripto, reduzir fragmentação de liquidez e integrar DeFi e tokens tradicionais em um ambiente regulado. O objetivo é transformar a cidade num centro global de ativos virtuais (Axios, Reddit).
🧩 Inovações e tendências estruturais
Tokenização de ativos tradicionais
A tendência mais comentada hoje é a tokenização de ativos reais (imóveis, ações, títulos, depósitos). Grandes players como Bank of America, Citi e BlackRock exploram esses modelos, que prometem liquidez, democratização de investimentos e custo mais baixo para transações (reuters.com). Espera-se que o mercado de tokenização cresça de US$ 256 bilhões para até US$ 2 trilhões até 2028 (reuters.com).
Avanços tecnológicos
Ethereum implementou a atualização Dencun em março de 2024, reduzindo drasticamente os custos em Layer‑2. Protocolos ecológicos como Cardano e Solana ganham tração, enquanto interoperabilidade (Polkadot, Cosmos) e zk‑rollups avançam, aprimorando velocidade, privacidade e escalabilidade (Crypto.com).
✅ Conclusão: oportunidades e riscos
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A regulação, especialmente nos EUA e UE, está atingindo níveis inéditos de clareza — a GENIUS Act e o MiCA são marcos que legitimam e atraem capital institucional.
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O Bitcoin segue dominante, mas altcoins crescem por hype e por contextos regionais e narrativas específicas.
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A tokenização desponta como próxima fronteira, com potencial transformador sobre os mercados tradicionais.
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Apesar da valorização global, a volatilidade segue alta, especialmente em ciclos narrativos e correções técnicas.
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Investidores devem adotar estratégias conservadoras, diversificar em ETFs regulados ou alocações moderadas (1%–5%), e avaliar bem o risco regulatório e tecnológico (Wikipedia, Business Insider).
Em suma, o setor vive um momento de transição para maturidade institucional, mas ainda é carregado por alta especulação e cenário regulatório incerto em diferentes regiões.